Nessa semana que se inicia completaremos 10 meses de tratamento x doença, quase 300 dias em que não desligamos um único minuto sequer de tudo em relação à Bela. São 10 meses em que a Bel praticamente desapareceu de sua empresa, dando um "off" na relação profissional, por pura falta de perspectiva de ter uma retomada e conseguir dar o mínimo de continuidade. Impossível. Tivemos que delegar funções e o Rodrigo voltou à sua vida profissional desde março, um tanto ao quanto entremeada por interrupções, que geraram chegadas mais tarde, saídas mais cedo, ou até mesmo alguns dias off, pela Bela. Cabeça no Copa D'Or e corpo no escritório da Barra, sem andarem juntos não funciona e aprendemos isso rapidamente. Até hoje qualquer telefonema que recebe de casa tem um "Como está a Bela", sempre um pouco assustado, mas sempre vindo antes de um oi ou um bom dia, boa tarde ou boa noite.
Vamos chegando a um limite, como se houvesse um, pois não poderíamos imaginar que venceríamos tantas barreiras e superaríamos tanto desafios, com muito sacrifício. Vida de Planeta Terra normal é trabalhar pesado por 5 dias úteis e descansar pelo menos 2. Não temos um final de semana para nós, de descanso, extravasando as tensões, viagens então nem pensar, por mais que todos os momentos que passamos com as nossas filhas tenham sido maravilhosos e tenhamos aprendido a dar valor a pequenas coisas, a curtir e aproveitar o simples. O corpo, e também a mente às vezes, vão dando sinais de fadiga.
Não foi um dia ruim. Pelo contrário, mais um dia bom com as meninas, apesar de conseguirmos fugir um pouco para vermos assuntos da obra de tarde. Entretanto, nosso dia começou com a Bela tendo um pesadelo de manhã cedo, nos tirando da cama bem antes da hora que gostaríamos, para uma manhã de domingo, que amanheceu nublado aqui pelas nossas bandas. Nana acordou entupida, prenúncios de mais um resfriado vindo por aí, que se confirma com um estado um pouco febril e reclamando de sua garganta antes de dormir. Já tiramos ela do quarto da Bela e já foi dormir no nosso. Não podemos correr qualquer risco, por mais que as duas tenham ficado brincando o final de semana inteiro juntas. Rezar para que não seja mais nada. Mas por mais que não queiramos, nossos pensamentos vão lá para o Copa D'Or.
A Bela que pelo visto não dormiu bem, com a acordada no início da manhã, já nos pedindo chupeta e caminha antes do almoço. Voltam novamente imagens de épocas que gostaríamos de tirar das nossas cabeças, mas não conseguimos assim tão facilmente. Provavelmente era mais fome do que sono, mas de barriga cheia pediu para deitar e ver um vídeo. Papai ficou um bom tempo deitado do seu lado, fazendo-lhe companhia, mas louco por um momento diferente, que graça a Deus aconteceu algum tempo depois, quando se levantou e começou a imitar as danças dos bonequinhos do Backyardigans, pulando feliz sobre a cama, encerrando o que era apenas uma sesta. Uma simples sesta? Ainda não estamos acostumados a isso. Não desligou um minuto mais sequer, atropelou mais uma vez o soninho da tarde e capotou no início da noite, já não se aguentando mais, ótima.
Esses sustinhos vão nos minando, por mais que os momentos de alegria, risos, gargalhadas, sorrisos, beijinhos e abraços das meninas valham muito e ajudem bastante a equilibrar a contagem desse jogo. E a tarde foi recheada deles. Talvez não tenhamos nos reabastecido bem hoje, pois deixamos elas na casa dos dindos e priminhas e escapamos para Amoedos e Leroys da Barra, conseguindo riscar diversas pendências dos nossos "to-dos" da nossa obra. Talvez tenhamos errado na programação. Não era dia de obra e talvez dia de ficar com as meninas e aproveitar boas horas que os dindos pelo menos puderam curtir, após tanto tempo longe da família, por seus afazeres do trabalho. Por outro lado, ficar vendo mais uma semana passar, com uma lista de assuntos da obra somente aumentando e prazos e orçamentos indo embora, com certeza não nos faria bem.
.
Não podemos deixar de agradecer a vocês queridos irmãos por ficarem com elas e pelo lanche no fim da noite. É sempre muito bom estar com vocês. Também sempre atarefados, com demandas mil dos seus trabalhos, sempre encontrando um tempo para as nossas filhas, nos poucos tempos que têm com a Carol e Bia, jamais se esquecendo de trazer uma lembrancinha, que são na verdade lembranções, que a Nana e Bela, e nós também, sempre adoramos.
A Bela já teve recentemente dias melhores, mas não deixa de estar ótima. Talvez seja a carga das QTs entrando, nosso desengonçado amigo MTX voltando na forma oral e o seu organismo reagindo, pedindo momentos de hibernação. Temos que nos acostumar, pois respeitar já aprendemos há muito tempo. Talvez um bom sinal. Momentos em que desacelera um pouco mostrando que os efeitos da medicação são sentidos pelo seu corpo.
.
Sonhamos sonhos normais. Sonhamos um dia que chegaríamos ao dia de hoje, mesmo que não soubéssemos exatamente como seria, lá pelos idos de janeiro ou fevereiro. Sonhamos hoje com dias em que possamos ter a nossa Bela relmente toda de volta, plena, por inteiro, sem a interferência de quimioterápicos. Sonhamos para os nossos corações não dispararem ao ver a Nana com sintomas de resfriado. Sonhamos para não pensarmos imediatamente em internações e sofrimento físico da nossa Bela quando resfriados rondam a casa. Como bem disse a Ana Claudia tantas vezes, este tratamento é muitas vezes desumano.
Ainda falta, temos 4 meses das intratecais e procedimentos com antestesia. Temos certeza que mais a frente ainda iremos sonhar sonhos ainda mais distantes, dos dias em que os exames de checagem pelos 5 anos seguintes ao término do tratamento, se encerrarão e não teremos momentos de apreensão a cada exame. Talvez estejamos erradamente agora até mesmo nos preocupando pelo que ainda sequer começou ou ainda está longe de chegar. É realmente uma confusão de sentimentos.
Tom um pouco melancólico, apesar de dias bons, dia hoje também de tantas alegrias de diversos de vocês que hoje se encontraram fora do mundo virtual no Morar Mais. Talvez tom de cansaço, quando os dias de descanso se vão, sem que tenhamos conseguido descansar, onde o Rodrigo volta para seus compromissos e naturalmente desgastes profissionais e a Bel fica mais uma semana na eterna dívida profissional, mas sem se cobrar, pois sabe que não é possível. Sabe que é impossível estabelecer uma rotina em outro campo que não seja a Bela, em um mundo em que vivemos onde não há a mínima rotina.
Desculpem-nos. Fiquem com Deus e até amanhã. Esperamos que tenhamos uma boa semana, pedindo que a Nana fique logo boa, que não seja nada e a Bela passe muito ao largo de qualquer coisa que a Nana tanha. Que assim seja.
15 comentários:
Bel e Rodrigo,
Voltei para baixar umas fotos e peguei o post bem fresquinho...
Fico pensando em como eh dificil para vcs conviver com os dois planetas + obra, sem relaxar um minuto sequer. ..
Realmente se eh dificil para nos cumprir todos os compromissos imagino, ou nao sei se consigo imaginar, como vcs dao conta do recado.
Apesar de cansados e talvez um pouco desanimados hoje fiquem certos que estamos TODOS juntos rezando por vcs e pela Bela.
O pior ja passou.... agora eh viver um dia de cada vez, devagar e sempre, cada coisa no seu tempo....
Fiquem com Deus e com Nossa Senhora!
Com carinho,
Aninha
E assim será. Amém!
Bel e Rodrigo,
mais que natural a "atensão".
Vcs não seriam humanos se simplesmente apagassem todo o passado recente.
E irresponssáveis se não se preocupassem com os cuidados necessários.
A Beatriz já fez 14 anos e, mesmo tentando não pensar no passado, se alguma coisa me remete ao tempo da UTI neonatal, lembro de cada dia com detalhes. Memória boa? Um pouco, mas muito mais a intensidade com que aqueles momentos foram vividos. Afasto o pensamento e agradeço à Deus por tudo ter acabado bem, mas não sofro de amnésia, e ainda lembro sim.
Vcs estão em um momento bem mais confortável do que estiveram há alguns meses, mas ainda é tudo recente. Ainda existem as medicações. O cuidado para evitar qualquer sofrimento desnecessário. Impossível relaxar completamente. É preciso prestar atenção, e claro que desgasta, cansa e assusta em alguns momentos.
Vcs conseguem muito! Fazem tudo que é necessário, tomam todos os cuidados, ultrapassam todos os limites humanos. Sentimentos normais batem à porta. Mas irão embora sem delongas. O ideal seria se vcs pudessem passar ao menos dois dias em algum lugar, mesmo que bem pertinho, para não fazerem nada. É impotante recarregar as baterias. Tentem. Voluntários para assumirem a rotina das meninas não vão faltar. Acho até que poderão se dar ao luxo de mais de uma equipe em sistema de revezamento. Como elas não me conhecem me canditado à motorista (plantão dia e noite). Fico na casa de uma das três amigas que moram bem perto de vcs. Não estou brincando, é sério, podem acionar. Bjs, Maria Elisa
Bel e Rodrigo,
Vocês estão bem longe do limite........para os pais não tem limite. Quando estou meio desesperada, sempre penso na minha avó me dizendo: "Deus não dá a Cruz maior que as Costas".
Essa é uma grande verdade. Parece increditável, mas 300dias se foram, e esta fase de manutenção vai ser boa, mas claro, que longe do ideal. Mas, na verdade não tem fase ideal nas nossas vidas, temos que vivê-las aproveitando todos os momentos bons que nos são oferecidos.
Será que é o ideal para minha vida ter deixado minha profissão?? Claro, que não. Mas é o ideal para minha família em muitos aspectos, mas longe do ideal em tantos outros.
Então respirem fundo, pensem POSITIVO, e sigam em frente.
Nós aqui, fazemos nossa parte, rezamos, pedimos, oramos em todos as crenças e credos.
E podem, ficar certos vocês vencerão!!!
Adriana
Meus queridos,
Deve ser muiiiito dificil mesmo... Quando vcs falaram dos 5 anos apos o tratamento lembrei de uma amiga que fez uma missa nos exatos cinco anos para comemorar a vida do seu filho e a paz que reinava a partir deste dia... foi tão linda!
Tenho certeza que ainda vamos ter varias missas para agradecer pela saude da Bela, pela conclusão do tratamento, pelo sucesso deste...
Ainda falta eu sei... mas vcs vão conseguir... Amigos e familia para dar apoio não faltam!
muitos bjs bem carinhosos,
Patty Langoni
Oi Belzinha,
Falamos rápido na semana passada quando eu achei que era seu aniversário. Que loucura, era de Webb sim, confirmei na segunda... Mas foi bom ouvir sua voz e saber que as coisas estão indo bem um pouco mais de perto. Realmente vocês se superam a cada dia... Esse dia a dia 100% atentos na saúde da Belinha, mais agenda de atividades da Nana e agora ainda a obra... Não tem como não ficar cansado de vez em quando!! Passei por aqui hoje e senti este tom nostalgico... Deixo hoje para você um mega abraço, com energia boa e alto astral... Da melhor equipe de marketing do mundo. Saudades. E para Belinha, só pensamentos positivos.. Fiquem bem...
Erica
Queridos sobrinhos,
Que a vida tem sido uma dureza para vocês não resta a menor dúvida !! E vocês são super valentes, guerreiros e certamente
VENCEDORES !!!!!
Graças à Deus vocês tem facilida-
de para desabafar(não é todo mundo que consegue), para extravasar
estes sentimentos mais do que naturais. Quando sentirem este "aperto no peito", estaremos todos aqui lhes enviando nossas melhores vibrações, nosso sentimento de força, nossa esperaça sempre renovada pela FÉ e pela certeza de que estes momentos tão difíceis passarão antes do que se espera.
Com o carinho de sempre, beijos para os 4 da
Tia Cristina
Queridos Bel e Rodrigo,
Esta noite tive um sonho muito real e significativo com a Tia Cecília: Sonhei que a abraçava e beijava intensa e emocionadamente!
Não havia qualquer angústia neste encontro, mas MUITA emoção, alívio e carinho!
Conto isso porque acho que de alguma forma estava ligada em vocês e acredito que o sonho, muito mais do que expressão de nossos sentimentos, pode também ser uma forma de recebermos um sinal, uma mensagem e um incentivo.
Confesso que não me lembro de nunca ter sonhado com a Tia Cecília e, de repente, acordo assim tão emocionada, com vontade de poder continuar aquele abraço tão sincero...
Os sentimentos de vocês são absolutamente normais e compreensíveis... O que os difere, talvez seja a coragem de compartilhá-los conosco...
Adoraria poder dizer que tudo isso vai passar logo, mas confesso que, como vocês próprios disseram, a probabilidade de atenções resultarem em tenções, pelo menos para vocês dois, continuará sendo grande, por bastante tempo...
Costumo dizer que não somos rígidos pilares de concreto, mas estruturas bastante flexíveis feitas de carne, osso e sentimentos!
E se de alguma forma isso nos fragiliza, também é exatamente essa condição que nos mantém intactos...
Podemos ir e vir, oscilar ou não, mas dificilmente somos destruídos!
Lembro-me, mais uma vez da maleabilidade da água nos rios deslizando por entre as pedras do caminho, sem se alterar...
Não se desculpem, tampouco se culpem pelas opções e escolhas que provisóriamente estão sendo obrigados a fazer ou por qualquer sentimento que vierem a sentir...
Não exerçam sobre si próprios cobranças maiores do que aquelas que sejam realmente necessárias!
Não tenho dúvidas de que respeitam os limites e necessidades das meninas, mas se acostumar a esse novo ritmo que a vida impôs a vocês talvez demande, além do tempo, um longo e árduo processo de aceitação...
Sendo que o ponto de equilíbrio entre determinação e resignação está longe de ser conhecido por nós...
Fazer o quê?!
Jamais descuidar da fé e continuar se abastecendo no amor...
Lembrando que apesar das inquestionáveis dificuldades, temos realmente MUITO a agradecer!
Em cada momento da vida, a melhor tática é sempre aquela que mais fortalece o coração!
O caminho pela frente ainda é longo?!
Que tal não focar no que ainda falta, mas se entusiasmar com tudo que já foi percorrido e com todas as vitórias que já foram conquistadas...?
Se já experimentamos alguns espinhos, significa que estaremos mais preparados para nos desviar deles numa próxima vez...
Com muito carinho,
de coração para coração,
Suzana.
Bel e Rodrigo,
não tenho muito a dizer depois dos lindos comentários já postados...
Mas posso repetir (e não me canso de fazê-lo) que vcs são super papais, de uma dedicação sem fim e que tudo isso um dia acaba... e muito bem!
Cada dia ruim, cada barra pesada já vivida só fez fortalecer a família de vcs e imprimir (deixar marcado mesmo) na Nana e na Bela o amor que vcs sentem por elas. Isso deve ser o tal pra que, ou o tal porque que volta e meia nos assombra... Sai fantasma!
Vcs tem mais do que o direito ao cansaço e a um certo desânimo, como demonstrado no post. Vcs são humanos, ainda que eu já os considere super-heróis...
As coisas vão melhorar, é questão de tempo. Que Deus e N. Sra. ajudem vcs a descansarem (é, super-herois também precisam) e prosseguirem fortes na caminhada.
Que a Nana não fique muito gripada e que a Bela continue ótima, pintando o sete pela casa!
Ah.. quando a Carolina ameaça ter dor de garganta (bem no começo, sabe?), o pediatra manda dar Alivium para ela, e sempre funcionou muito bem. Ela nunca teve infecção de garganta daquelas brabas, que precise de antibiótico.
Beijos,
Renata Serpa Coelho
PS para a turma do Morar mais... de ontem: tô louca pra ver as fotos do evento. Morri de inveja das descrições. E a prole que ainda não conheci? Ai.. que pena!
Anna Claudia, vamos marcar alguma coisa antes do Natal? Mas tem que ser ainda em novembro ou na primeira semana de dezembro, se não fica aquela loucura que a Germana já descreveu muito bem e ninguém consegue se encontrar. Beijos para todas.
Um dia de paz e de confiança para vcs. Uma semana cheia de novas e concretas certezas. Meus meninos valentes, já pensaram que com tanta demonstração de coragem força e fé no meio de tantas incertezas, a lição de vida que vcs têm nos dado? ELe lá de cima está presente na vida de vcs e guiando seus passos. Tudo dará certo não com a Bella e com vcs.Mais cedo do que esperam, vcs terão apenas,recordação destes dias tão sofridos e inseguros.Irão deitar com o o coração tranquilo e poder aproveitar uma vida de alegrias e de missão cumprida. Nossas preces cheias de carinho. Gilda e Maurício
Queridos primos,
Ando meio "sumido" dos posts, mas sempre me interando com a ajuda do blog e da Dnª Cristina.
Voltei do Congresso Americano há 15 dias e os problemas se acumularam e para piorar ainda sou síndico do prédio e como desgraça pouca é bobágem, fui reeleito...
Bom mas não posso deixar de deixar meu beijo para vcs e muitas emanações positivas.
Carlos Roberto Capistrano.
Amigos queridos, vou repetir um pouco de tudo que já foi dito acima. Vcs são campeões, são incríveis, e é claro que precisam descansar!!! Particularmente, já que vcs tocaram no assunto, acho loucura essa história de ir a Leroy Merlim na Barra procurar coisas para a Obra. Pede para o/a arquiteto escolher tudo (ou te dar 3 opções mais pré-selecionadas) e pronto. Eu fiz assim!
Obra desgasta demais qualquer um. Isso é um dado científico. Mexer com isso nesse momento que vcs precisam descansar... puxa! Outro dia escreveram, que foram encontrar os arquitetos às 8h da manhã! Precisam, nesse caso, de uma leve bronquinha de amiga! Estão passaando dos limites!
Agora falando da saúde das duas filhotas, que é o que interessa. Nana terá 200 resfriados ainda, tadinha, até o fim do tratamento da irmã. Beloca terá uns 20 pesadelos e vontade de tirar uma soneca! Elas estão vivas, são crianças, faz parte! Claro que vcs levam N sustos. Quem não levaria? Gato escaldado tem medo de água fria e vcs são humanos. Mais do que isso, vcs estão cansados e fragilizados com tudo isso. Qualquer poeirinha vira uma avalanche para quem está dentro dessa rotina tão dura.
10 meses? Puxa! Não é para qualquer um. Ahh como eu queria poder dar um colinho a vcs agora!
A idéia da Maria Elisa é boa. Vcs conseguirem dar uma escapada para algum lugar beeeeem pertinho e relaxar. Pode ser dentro do Rio mesmo, quem sabe um spa na Barra algo assim? A M. Elisa é ótima Titia, tem o maior jeitão com crianças, vi com meus próprios olhos!!! Oferta irrecusável.
Afastem o máximo possivel os pensamentos ruins. Se possivel nem falem da doença, do tratamento, nada. Pratiquem o nadismo da Aninha, numa versão doença. Está proibido, por 24 horas ou por uma semana, falar de doença.
Mais uma sugestão (não me batam): coloquem um "Não pertube" na porta do Blog e se dêem um tempo de não ter que escrever, explicar, falar, raciocinar, ponderar... ufa! Um tempinho não cairia mal! Achei sensacional a "terceirização" com a Anne outro dia! Poxa, que bom que foram jantar sem ter mais esse TO DO para cumprir antes do jantar, ne?
Acho que eu e todos os blogueiros viciados vamos sentir saudade, mas é para o bem de vcs!!
Acho que já me meti demais, palpitei demais... mas a idéia é essa. nesse momento de cansaço/desgaste, menos é mais.
Love you, fiquem bem!!!
Bel e Rodrigo,
dormiram bem conseguiram descansar (nao sei como colocar ponto de interrogação)
O cansaço emocional desanima,nada como um dia apos o outro com uma boa noite de sono no meio.Eu sei que é facil falar, o difícil é fazer, mas a sugestão da Germana +Aninha dos nothing to do, days off é aconselhavel e apropriada porém, como envolve filhos, nao sei se mais uma vez é facil falar e o difícil é fazer. Tentem meditar, e/ou algo para acalmar a alma e o coração. Tudo esta indo bem, as taxa estao melhores e o astral da Bela também. A Nana já melhorou(interrogaçao)
"Nao importa o tamanho da montanha ela nunca poderá tapar o sol".
O Joao Eduardo esteve novamente com febrinha nesses 2 ultimos dias mas hoje amanheceu melhor. A Nana também ficará logo 100%.
Por falar em sair fora, eu estou viajando amanha e só volto dia 30. Nao vou poder acessar o blog e desde ja desejo dias muito felizes para todos.
Beijos,
Tininha
P.S Meninas foi muito bom ter estado ontem com voces e pra mim, além de tudo, foi providencial! eu estava tonta viajando e tendo que deixar a obra ao Deus dará!
Maria Elisa e Bia, gostei muito de conhece-las melhor.
Denise, boa sorte com a sua folguista. Aquela que eu te falei veio visitar o Joao Dudu hoje e acabou fechando acordo com a minha visinha!
Ge, seu filho é um fofucho muito gostosura!
Aninha, voce viu a minha dica da arvore de Natal das L.A.
Anne, fechei o projeto do meu micro banheiro com aquele arquiteto do Morar Mais por Menos.
No meu caso vai ficar Morar Menos por Mais!!!!
Anna Claudia, nao estarei no Rio no seu niver, entao, deixo aqui com antecedência, para essa grande mulher, o meu grande beijo te desejando tudo de bom, e que voce tenha seus sonhos todos realizados! Um beijao também para sua linda e gostosa filhota.
Até a volta!
Amigos,
Tempos de superação não é mesmo? O que dizer? Estou aqui pensando em vocês todos os dias, rezando para acabar logo. Um dia vai passar e a vida vai voltar ao normal tenho certeza. Deus ta ai com vocês, as meninas são pura luz, o amor de vocês é imbátivel.
Bjs
Dudinha
Queridos Bel e Rodrigo,
Pontas de desconfiança teremos sempre, todos, a vida inteira e por muitos motivos.
A desconfiança vem do medo e de certa forma, ele é que nos dá proteção. Um grande paradoxo, não ?
O contrário da desconfiança é a confiança, que vem da certeza. No fundo, ninguém quer ter a certeza do que virá porque com a certeza não há o sonho e nem o desejo. A vida não é feita de certezas e sim, de desafios.
É claro que para o que é ruim, melhor que pudéssemos saber estarmos livres do perigo. Não estamos, nem hoje e nem nunca. A cada esquina, em cada minuto desta vida, corremos o risco de sofrer e não realizar. A cada esquina também, temos a possibilidade de criar, de se reiventar.
Todos os dias, a cada minuto, nova chance de reescrever o nosso futuro, escolhendo o que queremos ser, optando por nos preocupar apenas com o que podemos influenciar. O melhor que temos a fazer é ocuparmos com o que nos faz bem, que nos fortalece e nos mobiliza positivamente.
Disse-lhes sim que este tratamento é desumano. Aliás, gosto de dizer que é sobrehumano. É coisa de maluco, isto sim !!! Se alguém me contasse, acharia que estava valorizando a rotina. Infelizmente, não há valor nisso. É muita dor, cansaço. Limite físico e psicológico esticado, esgarçado no limite. Quem vence, torna-se imbatível !
Reconhecem-se ? Vocês atravessaram esta ponte do sofrimento ! Não percebem, mas são imbatíveis !
Atravessaram a ponte que une os dois Planetas com sucesso. Aceitem este sucesso e procurem ser felizes. Sermos felizes no tempo que tivermos para ser porque ninguém sabe que tempo é este, o quanto dura.
Não falo do desafio que passaram. Falo da própria vida da qual a única certeza que temos, sabemos qual é, não é ? Melhor nem pensar ! Que bom que as demais são incertezas ! Permite-nos a construção !
Disse-lhes também que após a fase pesada do tratamento, a nossa sombra é o medo que fica por tudo vivido e nosso desafio é psicológico. Não, vocês não sofrem no presente. Sofrem pelo passado. Sofem pelo medo de que o passado dolorido possa se repetir no futuro. Sofrem pela dor atrasada pois na hora em que ela existia, lutavam e não tinham tempo senti-la.Eram leão e leoa defendendo a cria. Agora, vencida a batalha, com a leoazinha protegida, permitem-se desabar um pouco.
Bem-vindos !
Nossos colos são seus !
Estão envoltos em uma corrente de amor e ternura, de flores e bons pensamentos, que os sustentam e amortecem a dureza deste percurso !
Se não for suficiente a terapia coletiva deste blog, permitam-se um acompanhamento terapêutico. Vai ajudar a dar vazão a esta enxurrada de sentimentos que os inundam. Foi o melhor que fiz. Talvez se não tivesse buscado ajuda, não teria estrutura para estar ao lado de vocês. Por que posso lhes afirmar: o medo não passa nunca. Nós é que aprendemos a não pensar no que nos traz medo e nos fragiliza. Já pensou se, todo dia, quando saíssemos da cama, pensássemos que este poderia ser nosso último dia de vida ? Ou não faríamos nada ou faríamos uma loucura (e quem não tem as suas ?)
Queridos Bel e Rodrigo, a vida está boa. Muito melhor do que já foi. Já passaram momentos difíceis, mesmo antes desta viagem interplanetária. Procurem não fazer contas com o tempo. Dificílimo mas de certa forma, é assim que vivemos a medida que amadurecemos e envelhecemos. Olhemos, não para o tratamento que falta e nem para os 5 anos seguintes. E se eu lhes disser que mesmo depois desta conta, a Bela fará um exame de sangue anual, pelo resto da vida ? Vão parar de contar ? A medida que os anos passam, quantos exames incorporamos ? É lógico que a cada exame é um solavanco. Sinto o mesmo quando faço o periódico ou uma mamografia. Uma “atensão”. Não nos acostumamos nunca pois o ser humano não sabe lidar com sua vulnerabilidade.
Queridos, pensemos no que de bom terão pela frente nos próximos dias. Época de Natal, lindos momentos de paz e confraternização. Em breve, estaremos virando a página de um ano duro para entrarmos em um ano que nos promete muitas alegrias.
Vamos festejar o que conquistamos.
Não pensem nas restrições.
Sabe, poderia não ser tão bom como está sendo, não é mesmo ?
Por falar em restrições, penso que algumas me parecem maiores do que realmente são necessárias. Vocês podem viajar. Fiz isso, inclusive exatamente no reveillon de 2004, quando fazia um ano do tratamento (e com catéter !). O único cuidado é estar a uma distância segura do Copa D´Or (2 hs de viagem) ou em um lugar perto de um bom hospital. Lembro que fui inclusive para uma fazenda perto de Campinas. Fiz também outras viagens para lugares aqui perto. Por exemplo, por que não viajam no feriado ? Há alguma casa de aprentes/amigos que possam ir e que não tenha tanto tumulto ? E no fim de semana (após o feriado), por que não vão para um hotel fazenda ? É um período que não terá muitas crianças. E Angra ? E Paraty ? Por que não alugam uma casa com piscina em Búzios por uma semana nas férias e levam a estrutura junto (Delma, Nini e etc) ? Ou uma casa com piscina na serra ? Enfim, há muitas opções. O único risco é ter uma febre e precisar voltar logo. Estando perto, dá tempo para deslocar-se, principalmente porque nesta fase do tratamento, a imunidade não fica tão baixa. Pensem nisto com carinho ! Garanto que muitas idéias surgirão !
Dois últimos comentários:
- Acho que a obra é uma boa diversão na medida em que preparam a nova casa e que destensiona um “to do list” que só aumenta rsrsrsrsrsrs. Façam no ritmo que podem ! No stress ! É para ser bom ! Não coloquem o sarrafo lá em cima, tá ? rsrsrsrs
- Bel não estar trabalhando é um privilégio ! Gostaria de ter feito o mesmo. Não pude pois dependia do salário e com isso me dividi, tentando trabalhar e tentando dar suporte para a Anna Luisa. Em alguns períodos do tratamento, “trabalhava” algumas tarde, ou pelo menos eu achava que sim (tentava). Uma grande trapalhada. Por outro lado, como moramos no hospital por 6 meses, poder sair de vez enquando era o que me dava fôlego para suportar aquela rotina diária de dormir lá, ouvindo as bombas e vivendo os dramas pessoais e alheios. Quando todos vocês estiverem bem, Bel poderá escolher o que fará. O importante é que conseguirá estar inteira aonde decida estar !
Hoje abusei, movida pelo carinho que tenho por vocês !
Vamos festejar tudo que conquistamos ?
Então, vambora !
Ralamos muito para estarmos aqui !!!
Queremos mais é ser feliz !
Grande beijo no coração de vocês !
Anna Cláudia
Li o blog de hoje, lindo, e só pensei em uma coisa: humanos! Depois de 10 meses, uma trégua no super super (que são) e uma aparição do humano (que também são). No blog de hoje, um pedido de acolhimento, que nenhum de nós negará. Pelo contrário, vamos nos sentir honrados com o privilégio (mais um) que nos concedem. Encostar a cabeça em um colo e pedir um cafuné é um privilégio para quem vai fazer o carinho.
Hoje, não há pensamento que supere esse "desmonte". Há a convicção dos blogueiros que a desconstrução de personagens é uma etapa para a renovação. Do mesmo modo que a ignorância é a mãe do conhecimento (se seu soubesse tudo, nada teria a aprender), a fragilidade é a mãe da força. Cansar, pensar em desistir, se perguntar por quê, faz parte da maratona. Usamos essa metáfora no começo. Quem corre sabe que tem uma "parede" aos 30km. É o momento de desânimo. Já correu 30, faltam 12, mas o sentimento, momentâneo, é que não vai dar. E dá!
Outra coisa que eu pensei é que o que estão vivendo é a vida vista por um microscópio eletrônico. Nessa dimensão, tudo é atensão. Tudo é ameaça. A diferença para a vida no planeta terra é que sofremos (felizmente) de uma certa miopia e as ameaças ficam mais veladas. Recentemente passei por um "sumiço"de 12 horas da minha filha, na Bolívia. Uma longa história que não cabe aqui. Nada tinha acontecido (um ônibus atolado em um deserto, sem celular etc. etc.) e o final da história foi ótimo. Mas 12 horas de lupa na vida! Liga para embaixada, para as rádios locais, marca vôo para o dia seguinte, falta uma vacina etc. Aí a vida volta ao seu formato miópico. Até que um novo sustinho desses (ou a simples chegada mais tarde que o habitual de um filho adolescente no Rio),aconteça. Mas vocês vivem essa situação amplificada, 24h por dia, todos os dias. E ainda queriam se sentir não cansados, não exaustos, não de saco cheio disso tudo? Como se renovar? Na atual conjuntura é como trocar pneu com o carro em movimento! O jeito é falar mais sobre vocês. Falar muito. Falar entre vocês. Se permitirem dizer coisas que nunca serão publicadas aqui, a respeito dos seus sentimentos. Por mais estranho que pareçam. E publiquem tudo que quiserem. Serão acolhidos com carinho e respeito. Além de falar, continuem fazendo tudo que fazem tão bem. Principalmente olhar para a Bela e ver nela a vida na sua plenitude. Vida incondicional.
Agora entendo o olhar do Rodrigo hoje. Se tivesse lido o blog mais cedo, teria te abraçado!
Beijo-Cooper
Postar um comentário