D157, Viva São João!

O ponto alto do dia foi a dança da festa junina da Nana. Depois de dois anos em que fomos lá conferir e ela travou, em uma delas sequer saindo da sala, esse ano deu um show, que surpreendeu todos nós, os vovôs e inclusive suas professoras dos anos anteriores. Dançou muito bem, feliz e animada. Nossa fofinha média mexendo fortemente com as nossas emoções. Hoje foi dia de vida ao vivo também, de podermos juntos encontrar muitos bons e queridos amigos antigos, e novos e queridos pais de amiguinhos e amiguinhas da Nana que os filhos nos aproximaram.

Infelizmente a Bela não pôde acompanhar. Ano que vem com certeza a nossa caipirinha pequena vai fazer sua dança com sua turmina da escola. Sentimos a falta da Bela conosco, mas sem deixarmos de aproveitar um único minuto da alegria contagiante, da compenetração e desenvoltura da Nana. Desculpem-nos, mas realmente babamos pela nossa caipirinha morena, de pintinhas pretas e vestidinho rosa. Em casa nós vimos e revimos a gravação que fizemos, para dividirmos um pouco da diversão com a Bela e a festa foi total.

Aos poucos os horários começam a ficar mais ajustados. Talvez estejamos ainda a um dois fusos do GMT -3 do Rio de Janeiro. Dia lindo de inverno, com atmosfera limpa após tanta chuva, céu azul, que ousamos dar uma micro liberdade para a nossa pintinha, para poder ciscar um pouco no play e aproveitar a manhã de sol. Bela brinca um pouquinho, tempo suficiente para abrir um pouquinho o seu apetite, almoçar e tirar o seu soninho da tarde. Para suavizar a nossa ausência, saímos para a festa da Nana na escola quando ela adormeceu. "Mamãe, eu vou dançar muito linda!", Nana já prenunciava junto à Bel na ida para a festa. Rodrigo que chegou ontem e saiu hoje para o trabalho sem ver as duas, teve um dia super corrido e conseguiu chegar a tempo de pegar a dança da turminha da nossa caipirinha. Saudades restauradas pela metade com o beijo e abraço forte da Nana ao ver o papai após quase 4 dias, mas ainda faltava a Bela.

O Planeta Leucemia nos ensinou a ter foco. Vivemos constantemente a doença e o duro tratamento da Bela, mas fomos aprendendo a compartimentar os assuntos do dia, focar no momento e aproveitá-lo da melhor forma possível. Era tarde de Nana, que assim fosse. E foi, brincando com ela com os estalinhos, na pescaria, jogando as bolas na boca do palhaço, escolhendo suas prendas e fazendo a maior farra com todos os seus amiguinhos da escola, que realmente gosta muito. Era para a Bela estar ali? Era, mas não podia. Conseguimos aproveitar as horas da Nana sem dividir as atenções, sabendo que a Bela já tinha acordado, mas estava bem em casa com a Nini e com a Evinha que chegou quando a Delma saiu de folga. Mais tarde seria o momento de Bela, o momento da nossa família.

Mais uma noite de muitas brincadeiras. Nana corre, escorrega e machuca o pé, nada sério. Papai imita uma ambulância, corre para a Nana, pega o álcool gel (tem um em cada esquina da nossa casa), esfrega no seu pé, pega ela no colo, corre pela sala imitando a ambulância e deita ela no sofá. Pronto! Ambulâncias Mamãe e Papai fizeram uns quinze transportes de noite, com Nana e Bela se jogando no chão e aguardando o resgate. Cansa, mas vale cada pinçada na coluna, qualquer dor nas costas. Nessas horas o sorriso da Nana, e principalmente os da Bela, são potencializados à quinquagésima oitava potência e sorvemos cada gargalhada, olhinhos brilhando, covinhas nas bochechas e dentinhos separados enchendo as boquinhas sorridentes. Recarrega. A foto ao ao lado é da Bela ligando mais uma vez para dar os parabéns para a Dinda, adorou!

Final de semana de mais exames de checagem. Vamos ver como é que a medula se recupera do tranco. Ainda não sabemos se vamos no sábado ou no domingo. A confirmar com os médicos. O estado de atenção com a Bela é permanente e hoje começou novamente uma tosse seca, que já teve no passado. Pode ser de fundo alérgico. Tomara que seja, mas ficamos observando atentamente cada detalhe, mas o seu estado geral nos tranquiliza até o momento, pois está no que poderíamos dizer "que nem parece que está com Leucemia". Como já bem dito uma vez pelo Cooper, "está" e não "tem". Estamos curando.

Na fase atual, lembramos um pouco daqueles jogos de basquete, de finais de NBA, em que a torcida do time da casa ecoa por todo o estádio "DEFENSE"!. Somos nós com muita fé de que a guerreirinha irá seguir imune nessa fase em que dá um apagão geral na defesa do time.

Tenham todos um final de semana maravilhoso, que o tempo para os cariocas se mantenha firme e possam tirar um pouco do mofo, espantar a umidade e se encherem de energias para mais uma semana que se iniciará, um novo mês, um novo semestre, a segunda metade de 2008, com certeza o ano mais importante de nossas vidas.

Fiquem com Deus e até amanhã. Se formos fazer os exames, esperamos que com a medula já mostrando seus sinais de recuperação e sem as tosses que confessamos que nos arrepiam um pouquinho. Agradecemos mais uma vez por estarem aqui conosco.