sábado, 26 de dezembro de 2009

o 4º Natal da Bela

Post curto, para atualizar sobre o nosso Natal. o 4º Natal da Bela, com 3 anos, fazendo 4 em março do ano que vem. Esse sim foi verdadeiramente seu primeiro Natal, onde curtiu cada momento. Estava e está que é uma felicidade só. Em casa, na casa das avós, com as priminhas, com os dindos, na rua vendo as luzinhas dos prédios, tudo é felicidade. Tudo é motivo de um "oohhhh" ou um "oooolhaaaa". Como sempre dissemos a Bela suga toda a vida, nos ensina como é aproveitar a vida, dá valor a cada detalhe, valoriza tudo o que vê, tudo o que recebe e o mais bacana, sempre preocupada com os outros, principalmente a família mais próxima. Solícita, desapegada e amiga. Só temos que agradecer muito por esse momento mágico, esse momento de renascimento, momento de reflexão, de amarmos ainda mais os próximos e repensarmos como podemos nos tornar pessoas ainda melhores. É só.

Terça viajamos para o nosso querido Bomtempo em Itaipava onde passaremos o final de ano. As meninas estão radiantes e não falam em outra coisa, onde encontraremos diversos amigos que combinaram de passar o Reveillon lá.

Fiquem com Deus. Um excelente 2010 para todos, com muita paz e saúde. Com muito carinho, Bel e Rodrigo

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Carta de Natal para a equipe do Copa D'Or

Queridos Amigos do Copa D’Or,

Entramos no último mês de 2009 e logo estaremos iniciando o primeiro mês de 2010. Quando para muitas pessoas as datas dos seus aniversários e as das viradas de ano são marcantes, para nós o janeiro ficará registrado ainda por muito tempo, talvez para sempre. Há quase dois anos, em janeiro de 2008, precisamente no dia 21, entramos na emergência para exames de algo que não parecia bem com a nossa pequena Bela, na época com apenas um ano e dez meses. E não estava. Da emergência para um quarto, mais e mais exames, do quarto para procedimentos mais invasivos e horas depois no centro cirúrgico colocando o cateter, para o início da quimioterapia mais pesada e diversas transfusões. E assim foi. Por muito tempo, pouco saímos do hospital, com raras escapadas para casa, fazendo-nos freqüentar quase todos os quartos da pediatria do quinto andar, ora em internações mais urgentes, ora nos day-clinics diversos, em exames sem fim e as prolongadas sessões de quimioterapia, muitas delas internada por longos dias, fora as intercorrências do tratamento das quais não tivemos o privilégio de escapar.

Quando muitos querem se esquecer dos momentos que viveram nos hospitais, nós fazemos questão de lembrar sempre como fomos bem tratados e como nos sentimos bem no Copa D’Or. Certamente gostaríamos de não vivenciar novamente as experiências, mas não queremos esquecer o que vivemos, pois tudo sempre tem um lado positivo, que seja ao menos para nos elevar como seres humanos. E essa para nós é a maior tônica do Copa D’Or: a humanização na relação com os seus pacientes. Não nos esquecemos das pessoas que sempre trataram a nossa Bela muito bem: atenciosas, carinhosas, solícitas, humildes na verdadeira acepção da palavra, bons profissionais, mas seres humanos acima de tudo.

O ano de 2009 foi infinitamente mais tranqüilo do que o de 2008 para nós. Poucas idas ao hospital, algumas idas ao laboratório para exames, quando não dá com a agenda do nosso coletor domiciliar ao qual a Bela já está acostumada e com quem até hoje reclama com razão. Foram algumas idas para nos tranqüilizar de pequenos sustos, que graças a Deus, não passaram realmente de sustos. Entramos com ela recentemente na pediatria e ela pouco se recordava de tudo ali. Lembrava que havia uma árvore de Natal na recepção do hospital, dos bichinhos de pelúcia, da copa, e da cafeteria que comprávamos um bolo de chocolate para Nana, sua querida irmã, quando voltávamos para casa. Vocês nos ajudaram a fazê-la lembrar apenas do que foi bom. Da lembrança de um carinho verdadeiro, pois o mais importante vocês deixaram com ela, ao cuidar dela com o coração, de corpo, mas muito mais de alma, que faz a diferença em quem tem que trabalhar diariamente com a doença e principalmente com a cura.

A Bela ainda segue no tratamento. Ainda na fase de manutenção, que muitas vezes chamamos de “manu-tensão”, pois não se pode relaxar um minuto sequer. As defesas permanecem nos limites inferiores de uma medula que é diariamente abafada por quimioterápicos orais. Assim tem que ser. Os “Mosquitinhos” são quase que semanais e as consultas mensais. Vamos indo muito bem, com ela cada dia melhor, mais alegre e feliz. Esse ano foi o seu primeiro ano da escolinha, sempre com o nosso olho atento para as viroses e gripes, mas nada que atrapalhasse muito sua socialização e conquista de novos amigos. Muitos e queridos amigos passaram a alegrar o seu dia-a-dia e também o nosso.

Gostaríamos de deixar aqui mais uma vez o nosso muito obrigado, desejar a cada um de vocês que nos conhecem e os que não tivemos a oportunidade de conhecer, todo o nosso carinho, a nossa eterna gratidão e que o verdadeiro espírito de Natal esteja presente nos seus lares, nas suas famílias, com todos aqueles que lhes querem bem. Somos muito gratos a tudo o que fizeram por nós. Fiquem com Deus e tenham um Feliz Natal.

Com carinho, da Família Sertã Paixão Capistrano, da Bela
Isabel, Rodrigo, Mariana e Isabela



domingo, 22 de novembro de 2009

Já é Natal aqui em casa!!!

Há mais ou menos um ano atrás, escrevíamos um post de quando montamos nossa árvore de Natal. Pois é, ontem montamos novamente a nossa árvore de Natal, para o delírio e animação das crianças. Então, segue aqui um post de mais um marco importante para nós, só que estão entremeadas aqui diversas partes do post do ano passado com as originais deste. Quanta diferença! A primeira diferença é visual e pode ser notada na foto da Bela no ano passado, com o seu cabelinho começando a crescer e as outras que seguem com o restante do texto.

“Que coisa boa esta época do ano, hora de rever o que fizemos, o que aprendemos, o que vivemos. E olha que este foi um ano para lá de vivido, minuto por minuto, hora por hora, dia por dia. Na vida a conta gotas, lá se foram 10 meses de luta por uma vida, dando tudo das nossas para salvar a da Bela. Maravilha montarmos esta árvore com ela. Árvore que significa a vida e simboliza perfeitamente a nossa alegria e esperança para o futuro.” Achamos que cabe aqui apenas corrigir que já se foram mais do que 10 meses. Nada mais a dizer.

“Que venha o Natal, com esperança mais do que renovada com o nascimento da vida de Jesus. Que venha 2009 com a Bela e Nana cada vez mais amigas, com suas turmas de amigos, que tenham muita saúde e que continuemos todos muito felizes.” E fomos atendidos. As duas demonstram explicitamente cumplicidade e fraternidade, da forma correta para suas idades. Bela na escola, um sonho. Agora é a turma de amigos da Nana e os novos amigos da Bela. Além de todos os amiguinhos da Nana, que para a Bela já eram dela, agora tem a Juju, a Maria Fernanda, a Bia, a Clara, a outra Bela, Maria Clara, Felipe, Pedro e tantos outros amiguinhos, além é claro da querida professora Bela. Professora da Nana há dois anos e esse ano uma pessoa importantíssima nas nossas vidas, a extensão da nossa casa na escola, uma verdadeira segunda mãe de uma às cinco da tarde. Obrigada Bela, a professora! E a saúde? Claro, ainda em tratamento, mas com certeza trilhando os caminhos certos, altos e baixos aqui narrados no passado recente, fase de manutenção interrompida algumas vezes, viroses aqui e acolá, mas vamos seguindo. Dias melhores realmente estamos tendo quando comparamos ao ano passado.

“Sim, hoje é a felicidade plena por estarmos aqui, com uma Bela mais saudável que no Natal anterior, com a Bela ainda em tratamento, mas sem a doença. Com o brilho em seus lindos olhos pretos, com sua cara sapeca de quem ainda vai saborear a vida com tudo de melhor que ela há de oferecer. Assim seja.” Foi, está sendo e esperamos que continue sempre assim. Que assim seja!

No ano passado escrevíamos que do exame de sangue "tradicional" a Beloca não iria escapar. Lá íamos nós para mais um mosquitinho na manhã do dia seguinte. Se as taxas estivessem boas, aumentaríamos as doses da medicação quimioterápica. Iríamos subindo gradualmente até que cheguasse a sua dose plena. E foram aumentando, aumentando e aumentando. Era o início da fase da manutenção, das 72 semanas em que ainda estamos. Não ficamos fazendo essas contas, um dia de cada vez, mas estamos com a quimioterapia full próximos a 60 semanas, com algumas intercorrências aqui e acolá. Quanto avançamos! Graças a Deus.

E ainda escrevíamos que na semana que viria, nós teríamos provavelmente a primeira intratecal de uma série de quatro, uma por mês. Relembrávamos que a intratecal era aquela aplicação de quimioterapia no sistema nervoso central, com internação em day clinic, punção de veia, anestesia geral etc. Chato, mas necessário, na verdade, inevitável, e então dizíamos: “vamos em frente, da melhor forma possível.” Quanto avançamos aqui! Tivemos nessa época do ano passado ainda quatro meses pela frente, do início da manutenção da químio oral e ainda tínhamos que levar a Bela para o hospital para as intratecais, Ufa! Reler isso nos fez bem, ao vermos o quanto de dureza já ficou para trás. Há dias, como anteontem que a Bela tossiu muito à noite e que mal dormimos, que ficamos pedindo dias melhores. Relendo o texto do post do ano passado, tudo passa a ficar bem relativo. Não temos do que nos queixar.

Mas voltemos à árvore. As meninas já nos cobravam há alguns dias a montagem da decoração de Natal da nossa casa, da nossa nova casa. Dissemos que era dia 20 e marcaram em cima. Não escapamos e com a ajuda da nossa queridíssima Tia Teresa e sua doce Bebel, além da amiguinha Lara, todas alegres ajudando a colocar os enfeites na árvore. Foi uma festa só. Mais tarde é que paramos para pensar, para repensar no momento, uma reflexão mais profunda do que a guirlanda na porta, luzinhas piscando e bolinhas e enfeites na árvore. É muito mais do que isso. As fotos recentes dizem tudo.

Que os dias continuem assim. Temos mais do que merecemos. Obrigado por estarem sempre aqui conosco. Mesmo não escrevendo muito, nós daqui e vocês daí, sempre sabemos que passam por aqui ou procuram saber da Bela e nós de outras formas. Que suas árvores tragam o verdadeir espírito do Natal para as suas casas, uma época mágica para as crianças e nós adultos, que passamos a ser mais reflexivos e melhores pessoas. Fiquem com Deus. Com carinho, Bel, Rodrigo, Nana e Bela.

"Life isn't a matter of milestones, but of moments."~Rose Kennedy

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Doe Vida em Vida no Twitter


Nesse universo em que nos inserimos, abraçamos diversas causas. Dentre elas a questão da doação de medula óssea, a única forma de podermos doar vida em vida. Criamos um Twitter - DOE VIDA EM VIDA, que pedimos acompanharem.
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Nossa idéia é sensibilizarmos o uso dessas ferramentas que atingem milhares de pessoas em poucos minutos e futuramente passar a atualização para o próprio REDOME do INCA. Nos ajudem a divulgar. Follow-us! Mandem para lá tudo o que acharem que for relacionado ao assunto para Re-Twittarmos. Basta clicar no link acima ou twitter.com/doevidaemvida.

Fiquem com Deus. Beijos e abraços, Bel e Rodrigo

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Nosso amiguinho Robert está com papai do céu

Muitos de vocês vão achar que não deveríamos estar acompanhando o sofrimento de outra família. São doenças diferentes, invasões diferentes, tratamentos mais diferentes ainda. Isso só nos faz pensar que devemos viver cada dia intensamente, aproveitarmos tudo o que a vida nos dá, bom ou ruim, só depende de nós. Devemos repensar nossas prioridades, aquelas horas que por muito pouco ficamos irritados ou chateados, os tempos que sempre nos faltam, aqueles que a gente nunca tem, na verdade aqueles que a gente não cria... São tantas coisas que ficariam aqui, páginas e páginas. Que o nosso amiguinho descanse em paz e que olhe sempre por nós.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Nosso amiguinho Robert

Por aqui, mais um mês se passou. Primavera? Que ano é esse que só chove? Novas viroses rondaram nossa casa. Na verdade primeiro na escola. Baixa na turma da Bela e também na turma da Nana. Aqui em casa, Bela primeiro. Febrão, que em duas noites os anti-térmicos não foram suficientes e as tradicionais compressas fizeram seu trabalho. Graças a Deus os hemogramas iam confirmando que havia defesas, que nos deixava mais confiantes e relativamente menos intranquilos. Anotações de hora em hora para acompanhar a curva térmica. Quando a Bela ia aprumando, a "tourinha" Nana arriou. Ela mal podia acreditar. Era um final de semana com festinhas mil, dentre elas da querida priminha Bia. Infelizmente somente a Bel para representar a família. O pior dessas viroses, além do mal estar, dos sustos e do apetite que some, para a Bela é a redução do espaçamento dos hemogramas. Era um a cada 2 ou 3 dias. Ainda continua. Mosquitinho virou rotina novamente. Essa semana tem mais outro até termos certeza que tudo está se normalizando. Pelo menos o tempo está. Nunca gostamos tanto de tanto sol e calor.

Mas, mais uma vez graças a Deus tudo indo bem. Outro dia fazendo contas, 55a semana. Essa talvez já seja a 57a. Faltam 15 e mais alguns trocados das intercorrências que tivemos nesse período. Meados de Março ainda é o target. Tudo é tão relativo... Parece uma eternidade, mas quando comemoramos a gravidez de amigos nossos e soubemos que era para Junho, tivemos um gostinho de quase estarmos lá. Nesse meio tempo houve consulta com a hematologista e soubemos que recuperação total da medula somente uns 6 meses após essa fase. Mais um inverno? Ficou longe de novo... Um dia de cada vez. É melhor pensarmos assim novamente, como sempre pensamos desde o início. Ponto a ponto, quilômetro a quilômetro. E a baixinha lindinha, cheia de vida.

E vamos seguindo. Agradecendo mais do que pedindo. Agradecendo por recebermos mais do que merecemos. Pedindo por nós e pedindo pelos que estão aqui próximos. E fazemos um pedido, se nos permitem. Pedimos tanto pela Bela, por nós, pela nossa Família e sempre fomos atendidos. Nossas medalhinhas milagrosas, N.Sa. de Fátima, Nossa Senhora e tantos outros canais de fé, energia e vibrações positivas, que gostaríamos de abusar um pouco mais. Pedir que coloquem sempre o Robert, um menino lindo da idade da Bela, em suas intenções. Ele e sua família também travam uma luta dura e não temos dúvidas que a corrente do bem que se formou em torno da Bela pode enviar sua força para o Robert, o Nosso Pequeno Guerreiro (http://www.nossopequenoguerreiro.blogspot.com/reiro.blogspot.com/). Quem puder passar lá e deixar uma das lindas mensagens que foram deixando por aqui, temos certeza que lhes farão bem. Aqueles que quietinhos tiveram a Bela em suas intenções que puderem colocar o Robert nelas, bem também farão. Que ele e seus pais possam surfar mais uma grande onda, assim como surfamos alguns caixotes ou apenas tentamos não tomar um caldo. Conseguirão. Amém.

Fiquem com Deus. Obrigado. Com carinho, Bel e Rodrigo

domingo, 4 de outubro de 2009

Chegou a Primavera!

Mais um mês se foi. E bem, graças a Deus. Mais um mês, menos um mês, menos 30 dias, menos 4 semanas e meia. Fizemos contas hoje e pelo calendário corrido chegamos na 52ª semana da Manutenção. 52 semanas, a conta rápida de um ano que já percorremos nessa fase do tratamento. Faltam mais 20 semanas. Faltariam, pois é na conta de padaria, que daria no final de fevereiro. Mas, quando acrescentarmos lá na frente os atrasos, suspensões e dosagens parciais das QTs, deveremos esticar algumas semanas mais. Mas toda esta contagem que ainda está por vir não tira o clima de alegria permanente por estarmos indo em frente. Lembram do catéter? Pois é, ele se foi há um ano atrás, no dia 26 de Setembro de 2008, dia de São Cosme e São Damião. Neste dia apelamos e precisamos de dois santos para nos proteger. Acabou tudo dando para lá de certo.

Que venha e fique o calor! Viva a Primavera, tão bem representada neste lindo desenho acima na nossa Nana. Esse tempo mudando toda hora não ajuda nada e temos preservado a nossa guerreirinha sempre que podemos, mas ela vai crescendo, quer mais, quer escola, quer as festinhas dos amigos da escola, quer o que toda criança gostaria de ter e vamos em alguns momentos em doses homeopáticas lhe dando um pouco da vida que pode ter por agora. Se Deus quiser, e há de querer, em breve ela desabrochará. Sentimos isso. Está vivíssima, enérgica, falante, uma fofa, indo super bem na escola, curtindo os seus amiguinhos, com uma batelada de quimioterápicos que lhe "abafam" a medula todos os dias da semana. Vemos o dia em que ela não precisará desses nossos santos parceiros de jogo, mas que sabemos que lhe altera o metabolismo, o humor, a força, mas jamais deixou a peteca cair. Um verdadeiro exemplo de vida para nós!

Foi mês de apresentações na escola. Nana com uma peça teatral, dos deuses do Olimpo, do mito de Deméter e Perséfone (confessamos que entramos no Google para poder escrever direito e tinha vários com Perséfones com "ph"). Solta como nunca vimos, representando as flores nas estações, lindinha como ela só. A Bela sentadinha na primeira fila, que não piscava um único minuto. Foi uma delícia o momento, pois há um ano atrás a Nana fazia a peça da Dona Baratinha e a Bela não pôde (o nosso ainda tem acento), pois não tinha defesas. Ver a Bela brincando com as amigas da Nana no pátio da escola foi uma emoção. E ainda vinha mais emoção pela frente. Esse mês a primeira peça da Bela, a do Bumba Meu Boi, que a Nana fez parcialmente há dois anos atrás (só entrou na música final com todos da turma). Nossa coelhinha da fazenda ensaiava diariamente sua apresentação, treinava e cantava todos os dias e lindinha com suas amiguinhas entraram saltitantes e encantaram todos os pais babões que estavam na escola. Nós também babávamos, mas também discretamente chorávamos, a emoção de um momento tão esperado, talvez não tenha sido previamente imaginado, mas que representou mais uma grande conquista, mais um marco, o da quilometragem que está ficando para trás, alguns quilômetros da maratona que estamos correndo que parece estar chegando ao seu final, à qual tanto nos referimos nos posts e comentários no ano passado. Aos nossos lados nestas apresentações tão marcantes, também se emocionaram as Vovós e Vovôs, as priminhas e Dindos e as nossas companheiras de batalhas, Eva, Nini e Jô. A turminha da pequena família continua firme e forte do nosso lado, se emocionando, chorando e nos dando apoio. O que seríamos de nós sem eles... Teté agora já começou a ensaiar a música que irá cantar no coral de final de ano. João e Maria do Chico Buarque. A "noiva do caubói" já ensaia fantasiada e tudo. Prepara mais "kleenex"!

Conseguimos mais um mês das QTs engrenando, alguns exames de checagem feitos e tudo indo muito bem, dentro do esperado e muitas vezes melhor do que o esperado. Esta semana temos um check-up cardiológico para fazer, faz parte do protocolo. Não temos dúvida que a alimentação da Bela, o esmero das pessoas que nos cercam cozinhando para a Bela com todo o carinho e com a severa vigilância da Bel está fazendo toda a diferença. "Não quero o que tem dentro dessa panqueca!" Beleza, se não vale a pena brigar por um pouco mais, vai só da massa que é de espinafre ou cenoura, e assim vamos indo. Sinceramente não podemos reclamar pois ela come direitinho muitas verduras e legumes que sabemos que lhe fazem bem. Os exames de sangue de rotina continuam. Estavam começando a espaçar para duas semanas e os resultados da semana passada foram acima da faixa desejada. Talvez aumento das QTs, mas antes, mais um exame essa semana para darmos uma checada se não foi alguma alteração por algum quadro viral. Exames começam a espassar e o mosquitinho passa a ser um martírio. Desacostuma. E é sempre uma apreensão na hora de pegar os resultados. Não é diferente do que vimos do cartão com os anéis olímpicos ao ser virado e ouvirmos "Rrio dhe Xanero!". Achamos que esse suspense ainda estará nos acompanhando por muito tempo.

Conseguimos pela primeira vez desde janeiro de 2008 viajar sozinhos, só nós dois. Como a viagem pela comemoração de 15 anos do nosso casamento do ano passado foi adiada, não queríamos deixar o 16º ano em branco e fomos na quarta-feira para Búzios. Rodrigo tirou dois dias e meio off e voltamos no sábado de tarde, pois já imaginávamos que a saudade seria grande. O limite é Búzios. Duas horas do Rio, sem trânsito. Dinda, Vovó Lena e Vovó Cecília nos dando todo o suporte, além das nossas "anjas da guarda" que tem um carinho enorme pelas meninas. Precisávamos. Não só pelo tempo de nós dois juntos, apesar de 50% do tempo falarmos nas crianças, mas para vencer o medo. O medo de não estarmos os dois perto da Bela, o que nunca houve desde o primeiro dia de tratamento/diagnóstico. Chovia cântaros e resolvemos ir, para mostramos para nós mesmos que "Yes we can!". Conseguimos! As meninas também, apesar da Nana perguntar ao telefone porque nós viajamos sem levar ela e a Teté.

E assim foi mais um mês. Esperamos que quando voltarmos mais uma vez aqui para postar notícias, que sejam tão boas como essas que tivemos no mês de Setembro, que fechou no dia 2 de outubro, quando completamos os 16 anos de casados e o Rio 2016 teve sua candidatura festejada. Não tivemos como deixar de pensar nas meninas, a Nana com 12 e a Bela com 10 anos, nos acompanhando nas provas de Ginástica Olímpica e Vôlei, como elas já determinaram que querem ver. Assim seja. Mais um marco futuro para ser lembrado.

Fiquem com Deus e obrigado por ainda passarem por aqui. Adoramos. Com todo o nosso carinho de sempre, Bel e Rodrigo.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Engrenando novamente

Tempo firmando e saúde idem. Julho já vai ficando bem longe e Agosto, não foi mês de desgosto. Desde que havíamos iniciado em meados de Outubro a jornada de 72 semanas da Manutenção, tivemos raríssimas intercorrências e Julho chegamos a 10 dias de interrupção na quimio, chegando até a carimbar um Granulokine no passaporte da viagem que fazemos. "Manutensão" total em Julho e curtição total em Agosto, com fotos das férias esticadas pela gripe suína aqui salpicadas, imagens que dispensam comentários, com a participação das queridas priminhas Carol e Bia.

Talvez a melhor parte daquele período mais complicado foi podermos conhecer verdadeiramente a filha que temos, que a última vez assim tinha sido em 2007. Após uns 7 dias "limpa", sem drogas para que o seu organismo se recuperasse das viroses, saindo da anemia e com defesas voltando, tivemos uns 2 ou 3 dias da Bela em sua plenitude. Uma delícia de criança, alegre, saltitante, pulante, cantante, moleca, tudo de bom! Aproveitamos ao máximo aqueles dias, pois "show must go on" e os nossos amigos de todas as noites tinham que voltar. Aos pouquinhos foram voltando, voltando e logo, em torno de duas semanas já estavam em suas cargas totais. Maravilhosamente voltamos à velocidade de cruzeiro, na qual ficamos um bom tempo no primeiro semestre e agora com o tempo um pouco mais quente, sem aqueles dias frios, chuvosos e consequentemente úmidos, sem viroses, tosses ou espirros. Velocidade de cruzeiro em céu de brigadeiro? Amém. Para ela então nem se fala, pois os "mosquitinhos" podem voltar a ser a cada quinze dias. Ultimamente foi brabo. Quase toda a semana e as vezes a cada 2 ou 3 dias. Tadinha, mas pouco reclama. Nos últimos exames brigava com a gente, dizendo que queria ver o mosquitinho quando colocávamos o seu soninho no rosto, para evitar ver a agulha e o sangue. Pediu, viu, pouco chorou e depois já estava brincando e mais uma vez colaborando com o inevitável.




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Suínas a parte, tempo mais firme e volta às aulas. A Nana estava louca para voltar, perguntando todos os dias se já era dia de escola. Voltou no dia 17, como a grande maioria. Bela dizia que não queria ir à escola. Nem nós queríamos que fosse. Estava bem assim. Cá pensamos com os nossos botões que se e quando voltasse, nova readaptação na escola teríamos que fazer, pois a vontade era zero. A irmã foi indo, o tempo foi melhorando e no final daquela semana dissemos que iríamos deixar na escola o guarda-chuva que sua querida amiguinha Juju esquecera aqui em casa. Disse que ela queria ir levar e que gostaria de trocar de roupa. Malandra, já imaginava que poderia ficar, mas não falou nada. Não sabia como seria sua própria reação. Pediu para ir lá dentro, na sala de aula, para levar o guarda-chuva e... "eu vou ficar aqui um pouquinho". Nos falamos ao telefone: tempo quente, firmando, tudo aberto e escola super cuidadosa. Um pouco reticentes deixamos ela lá. Se nós adultos complicamos o fácil, nossos pequenos simplificam o que achamos difícil. Adaptação feita em 3 segundos. De lá para cá tem ido todos os dias, adorando e nos contando de forma vibrátil tudo o que faz e acontece, principalmente falando dos seus queridos amiguinhos. Uma delícia.

Mas, há uns dias que ganhamos um belo de um "helloooo" do Planeta Leucemia. Espirros e tosses? Foi a Nana! Ufa! Comemoramos. Bela tossindo? Frio na espinha. Não há uma única vez que não cheguemos perto para lhe fazer um carinho e não coloquemos a mão no seu pescoço para sentir a temperatura. Achamos que ela percebe, mas sabe que faz parte do jogo. Uma noite na semana passada, simplesmente do nada - do nada não deve ser pois alguma razão há de existir - a Bela deita e tem uma acesso de tosse, de fazê-la chorar, por não conseguir dormir, nós então... Mandingas e simpatias em vão até que um xarope acalmasse a tosse e ela conseguisse dormir. Ela sim, nós não. Rodrigo com taquicardia novamente, Bel com insônia até as 4 da manhã, perfeito para nós que queremos recuperar a nossa saúde, principalmente quando estresse e falta de sono são boas causas para uma baixa imunidade. Temos que nos acostumar a esses solavancos inesperados. Achamos que nunca nos acostumaremos.

Mas vamos seguindo, com a Bela bem, que é a mais pura verdade. Crescendo! Foi na endocrinologista outro dia e cresceu mais 4 centímetros! Já está com 97 cm, recuperando muito a distância que estava e indicando que estará acima da curva. Usualmente o crescimento fica estagnado durante a parte mais dura do tratamento x doença e depois vai se recuperando. A Bela não está diferente, graças a Deus. Comendo bem também, que nos tranquiliza muito, principalmente nos finais de semana, que o MTX que entra na quinta a noite baqueia bem e o rescaldo com o Vonau continua até segunda. Tem funcionado. Time que está ganhando não se mexe e os remédios contra enjôo continuam na roda semanalmente.

Enfim, continuamos andando, pedindo para que a primavera chegue logo, que o frio, chuva e umidade voltem somente no inverno do próximo ano, que o tempo firme, para que possamos continuar caminhando, avançando no tratamento. Outro dia mexendo em vídeos antigos, pegamos um do Carnaval desse ano. Tão ali, mas ao mesmo tempo tão longe. Parece que foi ontem, mas já se passaram 7 meses, quase 30 semanas. Parece ontem, mas foram quase 30 semanas de tratamento que já se passaram nesse período. 47 semanas corridas já ficaram para trás. Interrupções cá e acolá, retomadas com doses parciais, devemos ter umas 2 ou 3 para pagar lá na frente, pois o que vale é a dosagem plena dos quimioterápicos. Final de março, início de abril deveremos estar encerrando o tratamento. Mais provável final de abril? Talvez.

Que seja antes do inverno. Que possamos ter a nossa Bela de volta e possamos viver novamente no Planeta Terra em sua plenitude, vida de terráqueo, poder viajar para lugares que fiquem a mais de uma hora e pouco do Rio, poder viajar de avião, poder esperar febres baixarem sem se preocupar, poder não se apavorar por saber que ela tem defesas, vê-la moreninha sem sua palidez da anemia. Se Deus quiser esse dia há de chegar e desse biênio possamos extrair todas as boas lições que aprendemos e possamos usá-las para ajudar muita gente que pode precisar.

Foi bom contar para vocês mais um pouquinho de como temos andado. Beijos e abraços. É bom tê-los por perto. Fiquem com Deus e que venha o calor!

domingo, 16 de agosto de 2009

Erva Doce

Tivemos dias muito gostosos de férias das crianças e do Rodrigo. O atraso da volta às aulas fez com que ele desse uma esticada nas suas férias e voltássemos para o Bomtempo, curtindo um período adicional na semana passada. Depois a gente posta boas fotos dos gostosos dias, com muito tempo bom apesar do inverno e principalmente ar livre, longe dos vírus que rondaram nossa casa. Volta para o Rio, volta para o trabalho e ainda sem volta para a escola. Os vírus timidamente já deram seus sinais de vida, consultas, exames rotineiros - todos bons graças a Deus - e rotina da quimioterapia andando. Cada semana, mais uma semana que avançamos e menos uma semana para chegarmos ao término da Manutenção. Ainda falta, mas estamos chegando lá.

Enquanto isso, em tempos de gripe suína, que muito nos assusta por estarmos no grupo de risco, recebemos uma receita caseira, que se é verdade ou não, se resolve ou não, pelo menos mal não faz e um soninho tranquilo a gente deve conseguir.

Voltamos logo. Fiquem com Deus.

O anis estrelado é o extrato-base (75%) da produção do comprimido Tamiflu

O anis estrelado, amplamente cultivado na China, é o extrato-base(75%), da produção do comprimido Tamiflu, da Roche.

Mas, como é um pouco difícil encontrar o anis estrelado aqui noBrasil, podemos usar o nosso anis mesmo - a erva-doce - pois esta ervapossui as mesmas substâncias, ou seja, o mesmo princípio ativo do anisestrelado, e age como anti-inflamatória, sedativa da tosse,expectorante, digestiva, contra asma, diarréia, gases, cólicas,cãibras, náuseas, doenças da bexiga, gastrointestinais, etc...

Seu efeito é rápido no organismo e baixa um pouco a pressão, devendoser feito o chá c/apenas uma colher de café das sementes para cada200ml de água, administrado uma a duas vezes ao dia, de preferência apósuma refeição em que se tenha ingerido sal.

Se vc está lendo, ajude a divulgar o uso da erva-doce como preventivodo H1N1, ou mesmo como remédio a ser tomado imediatamente após os 1ºssintomas de gripe, pois seu princípio ativo poderá bloquear a reprodução do vírus e mesmo evitar seu maior contágio.
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Porém, pouco ou nada adiantará utilizar a erva-doce após 36 horas dopossível contágio pelo H1N1, pois a erva ñ terá mais força substancial p/bloquear a propagação do vírus no sistema respiratório.

Efeitos colaterais: pequena sonolência nas 2 primeiras horas - evitardirigir e/ou operar máquinas.

Obs:- O uso da erva-doce é alternativo e poderá ser até eficaz, mas ñ/ substitui a assistência médica necessária

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Férias de Julho + Obrigada Anna Claudia

Quando postamos a Nana não estava 100%, o que é raro, graças a Deus. Teve febre alta e ficou bem prostrada no domingo. Ainda devagar na segunda, consulta de encaixe no pediatra e constatada otite. Nos dias atuais é lucro. Chegamos a comemorar. Pode? Entrou no antibiótico logo, já com dose de ataque. Hoje já está quase 100%. Graças a Deus.

Nossa programação de férias era passar 4 dias durante a semana no Parador Maritacas, com diversos amiguinhos da escola e suas famílias, ao menos as mães, pois diversos pais, como o Rodrigo, não puderam pegar a semana off. Fica entre Mendes e Barra do Piraí. Perdemos a segunda e fomos na terça a tarde, quando tivemos certeza que a Nana estava se recuperando e reagindo bem. Certamente nada de piscina e sempre proteção contra o sol, mas o tempo não estava nem para um nem para o outro. Nesses tempos de vírus soltos pelo ar, gripe suína nos assustando verdadeiramente, viajar até que é uma boa opção, pois abrimos a casa, que respira um pouco e um ar limpo, de um novo lugar, ajuda a recuperar a turma combalida.

As meninas adoraram. Bel, Nana, Bela, Vovó Cecília e nossa Nini se divertiram durante a semana, com direito à carona das duas pequenas na tirolesa de 300 metros que tem no hotel, que é imperdível, para quem gosta de emoções. As mulheres da família mostraram que não tem medo de nada. Voltaram todas muito bem, melhor do que foram, com muita história para contar e fotos para mostrar. Uma alegria só. Esses pequenos momentos são reenergizantes para nós. Mesmo o Rodrigo que ficou trabalhando, só de saber que a turma estava feliz, todas bem e aproveitando, já é o bastante para ficar em paz.

Teve que ser programa de semana útil, pois sexta era dia de mais um hemograma de checagem. As QTs orais já tinham voltado, ainda em carga leve e já começaram a mostrar para que servem: "abafar" a medula. E fizeram bem o seu serviço. A contagem dos leucócitos voltou para os padrões da faixa em que temos que correr na fase de Manutenção, mas nos limites inferiores, que deixa a baixinha com menos defesas, mas algumas razoáveis ela tem. Programas no Rio? Somente ao ar livre e quando o tempo permite. Shoppings, cinemas e teatrinhos foram cortados da programação e muitas brincadeiras e jogos no play que montamos aqui dentro de casa. Ir ao clube para brincar no parquinho com os amiguinhos, bem agasalhadas e de preferência ficando sempre em áreas abertas. É o que tem dado para fazer nessas férias. Melhor assim nessa época. Falta muito ainda, mas ao mesmo tempo é tão pouco quando consideramos todo o tempo que já ficou para trás. Completamos no dia 23 de julho 18 meses de tratamento. Ainda temos uns 8-9 pela frente, pelas nossas contas.

Rodrigo finalmente conseguiu tirar uns dias de férias. Já se passaram dois dias úteis e parece que já são duas semanas. Estávamos desacostumados com férias. Infelizmente nossa autonomia não é muita e vamos viajar novamente aqui por perto. Tiro curto. É o que podemos. Talvez seja o que achamos mais prudente. Não ficar muito longe de casa, do Rio e de ajuda, que esperamos não precisar. Se a turminha se mantiver bem de saúde como está até o momento, vamos amanhã para o nosso querido Bomtempo em Itaipava, passar 5 dias até o próximo domingo. As meninas estão super ansiosas, pois gostam de viajar e curtem ir para lá, assim como nós, que conseguimos descansar, pelo menos a cabeça. Pena que o tempo não esteja muito católico A chuvarada de hoje a tarde deu uma desanimada, mas há de dar tudo certo e vamos conseguir aproveitar os dias que temos pela frente, mais uma vez com a companhia da Vovó Cecília e muito provavelmente no final de semana o restante da família Sertã Paixão. O Dindo está trabalhando ali pertinho, o que ajuda a reunir a família.

Enquanto saímos de férias, vamos ali e já voltamos, temos uma grande amiga, que esse Planeta nos aproximou, que vai ali, um pouco mais longe e não volta logo, logo: Anna Claudia. Germana, como sua assessora de imprensa não autorizada, explica bem as mudanças familiares da Anna Claudia nos comentários do último post. Como bem dito pela Gê, o "Brasil vai ficar um pouco mais pobre de sensibilidade, inteligência e bom astral". Anna, não poderíamos deixar de registrar nessa cortiça virtual o nosso muito, mas muito obrigado mesmo. Você caiu do céu. Não sabemos se nós fizemos você relembrar momentos que gostaria de se esquecer para sempre ou lhe ajudamos a conseguir virar algumas páginas do livro da sua vida, da vida da sua querida Anna Luiza. Você foi e tem sido uma das pessoas mais importantes para nós dois, para a nossa família e para a Bela, nesta longa caminhada em que estamos pela cura da nossa guerreirinha. Você nos ajudou muito em momentos em que achávamos que não seria possível furar mais uma onda que já vinha para nos dar mais um caldo. Lembra? Quantas vezes comentários diretos, quantas vezes humor, quantas vezes dicas, quantas vezes você tranquilizou todos os amigos que aqui transitam? Bem, porque estamos nos despedindo, se ganhamos uma amiga por meios virtuais e lá em Barranquilla você deverá estar mais conectada do que nunca com todos nós, seja virtual como espiritualmente. Receba essa fotinho da Bela, talvez a mais recente de todas, fresquinha, como o nosso muito obrigado, essa é para você. É para a Anna Luiza. É para você ver que temos aqui uma menininha hoje com 3 e poucos anos, doce, meiga, falante, risonha, dançante, que corre, pula, vai a escola, que você ajudou muito a chegar aqui e vencer essa longa caminhada desde que ela tinha 1 ano e 10 meses. Anninha querida, mais uma vez o nosso muito, mas muito obrigado, do fundo dos nossos corações. Você merece ser muito feliz com sua família. Que dê tudo muito certo para vocês 4 lá. Até breve e aqui sempre que quiser aparecer.
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Fiquem todos com Deus e voltamos na semana que vem, esperamos que com boas notícias dessa nossa looonga viagem de 5 dias aqui pertinho. É a vida que temos e vamos aproveitá-la!. Esperamos também trazer notícias do aniversário da Vovó Lena na próxima segunda, dia 3 de agosto, com direito a jantar aqui em casa, organizado pela Nana. Adoramos todos vocês. Que fique para trás esse mês de Julho com todos os seus vírus! Obrigado por estarem sempre por aqui. Com carinho, Bel e Rodrigo.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Enfim notícias!!!

Queridos, aliás Muito Queridos Amigos do Blog,

Enfim notícias!!!

Desculpem-nos tanto tempo sem postar. Quatro meses sem notícias. Foram quatro meses em que podemos dizer que pudemos engrenar bem na fase de manutenção da Bela, até intercorrências recentes, dada as viroses que estão soltas no ar, das quais ninguém aqui de casa escapou, mas parece que estamos aos poucos conseguindo voltar para a velocidade de cruzeiro em que estivemos por quase 3 meses. Não contrariando a máxima de que falta de notícia é boa notícia, podemos dizer que na média foi o que aconteceu nesse último quadrimestre. É isso mesmo, muitas notícias e principalmente notícias boas para contar para vocês.

Vamos começar com a nossa super guerreira, nossa heroína Bela. Passamos um abril para lá de bom, talvez tenha sido o primeiro mês, desde o início de tudo, que pensamos muito pouco em doença, habitamos de fato o Planeta Terra. Foi o primeiro mês sem intercorrências, sem gripes, sem febres, sem tosses, sem exames de última hora. Talvez o tempo estável, sem frentes frias, tenha ajudado, ou até mesmo a empolgação pela casa nova. Sim a casa nova, tão sonhada, tão lentamente reformada e finalmente cá estávamos nós dentro dela. A Páscoa era a nossa data limite para a mudança. Quinta e sexta-feira Santa de muito trabalho, agora vivenciando além do milagre da ressurreição e o da multiplicação das caixas. Êta apartamentinho velho valente, disse o chefe da equipe da empresa de mudança, e olha que não somos tralheiros...

As meninas estão amando a nova casa! Nada como espaço para criança, muitos piques, brincadeiras, patins, patinetes, bicicletas pelo meio da casa, que para elas é um grande play. No início, algumas preocupações: brincadeira na sala, no sofá novo? Rapidamente lembramos do tempo que a Bela nem conseguia andar e rapidamente voltamos para ela, uma vez que fizemos o apartamento para ser usado, com capas nos sofás, sinteco de fácil aplicação e retoque e a casa transformada em brincadeiras. Assim foi como sonhamos, assim estamos assistindo o sonho, bem acordados, saboreando cada passo desta conquista. Na nova casa, passamos a Páscoa, com tudo o que ela representa, a passagem, renovação e esperança.

Já na Rua Itaipava passamos o Dia das Mães, o aniversário da Vovó Cecília, da Bel e do Vovô Beto. Agora com mais espaço para a família se reunir, papear na mesa da varanda, com direito a lindos nasceres da lua, próxima ao Pão de Açúcar, ou “mais perto”, bem atrás do morro da Fonte da Saudade. Ainda temos muito que fazer na casa, mas já está ficando com a nossa cara e principalmente com o calor das nossas pequenas. Vários amiguinhos presentes, tanto da Nana, quanto da Bela! No dia de conselho de classe da escola, eram 7 meninas de 5 e 3 anos espelhadas pela casa e se divertindo. Só não sabemos quem se diverte mais, se somos nós ou as meninas.

Nana também está ótima, adorando a escola e as novidades de um ano importante para a preparação da alfabetização no ano que vem. Os amiguinhos continuam para cima e para baixo, agora engordando a lista com os pequeninos e já presentes amigos da Bela. Jujú, Felipe, Maria Fernanda, Dudu, Bia e outros já entraram no seu coração. São abraços e carinhos expressamente demonstrados, brincadeiras gostosamente divididas. Recebe convite para ir ao teatrinho e brincar na casa dos novos amigos. Nenhum convite foi negado até essa fase mais complicada das viroses, e lá ia a nossa pequena social à vida que tanto sonhou. Vários também já vieram brincar com ela na sua casa para a sua felicidade total.

Enquanto isso seguiu o tratamento. Agora podemos dizer que o tratamento faz parte da nossa vida e não a nossa vida parte dele. Convivemos com o tratamento diariamente na administração de vários remédios, mas conseguimos levar a nossa vida. Continua uma farmácia extensa e o último medicamento somente duas horas após a última refeição. O lanchinho na cama antes de dormir em um dia em que está elétrica é que nos mata, pois significa às vezes dar o quimioterápico quase duas da manhã. A atenção permanente é a nossa tentativa de garantia para seguirmos firmes. Estamos agora chegando próximos à 40ª semana da fase de manutenção, que dura 72 semanas. Estamos já na segunda metade oficial, sendo que provavelmente ainda teremos uns bons acréscimos para compensações dos quimioterápicos não tomados por conta das intercorrências iniciais desta fase e principalmente nas mais recentes que não foram poucas, com momentos mais delicados.

Temos que fazer diversos procedimentos protocolares, como exames de sangue de rotina, consultas mensais com a hematologista, consultas a cada 2 meses com a endocrinologista, check-up com a neurologista, ultras, etc. A avaliação da neurologista foi excelente! Segundo ela, se pudesse dar nota 11 daria, como não pode, a Bela fica “só” com 10. Ufa! Alívio geral para nós. Continua a fraqueza nas pernas principalmente para subir escadas. Avaliação geral da fisioterapeuta que disse que não teria nada a fazer na fisioterapia. Deu algumas dicas para estimularmos a baixinha a subir as escadas, brincadeiras de correr, bicicleta, subir a nossa rua a pé, enfim turbinar ainda mais a pequena. Além disso, podemos procurar também ginástica olímpica ou capoeira para crianças. O ideal seria natação, mas com defesas incompletas nem pensar. Vamos ver o que encontramos.

Tudo ia muito bem até o início do mês passado. Na primeira semana de junho a Bel pegou da Nana uma gripe daquelas, febrão, cama, dor no corpo e tudo mais. A Nana se safou em 2 dias. Um pouco de nariz escorrendo e no dia seguinte já estava ótima. É uma tourinha! Mas com a Bel foi diferente, pegou de jeito e teve que ficar trancafiada no quarto para evitar que a nossa pequena guerreira pegasse. Esforço meio que em vão. Bela também ficou gripada, sem febre graças a Deus, mas com o vírus atuando e sua medula reagindo e mudando o padrão de exame de sangue que já estávamos acostumados a ter. Tradicionais sustos, dos quais felizmente já estávamos ficando desacostumados. Taxas altíssimas que nos remeteram a momentos que tentamos esquecer. Ficamos bem preocupados, mas a consulta com a hematologista nos tranqüilizou, mas planos de viagem que tínhamos para um final de semana antes do feriado de Corpus Christi foi alterado. Íamos com vários amiguinhos da Nana e seus pais para um hotel fazenda, mas tivemos que dividir a família. Nana, que implorou para ir, foi com a Vovó Cecília, enquanto Bel e Rodrigo ficaram com a Bela por aqui. Programação exclusiva e mais calminha com a baixinha. Aguardamos 24, 48 horas e como não teve mais nada, fomos encontrar com o resto da família no final da tarde de sábado, para tirar a Bela um pouco de casa e poder curtir os amiguinhos.

Essa saída dos trilhos está durando bem mais tempo. Há duas semanas vômito, intestino desarranjado, tosse seca, sinais típicos de uma virose. Tudo bem para uma criança que não esteja em tratamento quimioterápico. Mais um susto para nós. Exames de rotina, que haviam sido um pouco encurtados para ver como as taxas se comportavam após os picos assustadores. Começa-se com relativo relaxamento a anotar o resultado em um pedaço de papel e os números que recebíamos pareciam ser de outro mundo. E eram. Despencada geral. Pouquíssimos glóbulos brancos e dentre eles míseros 185 neutrófilos. Infelizmente lembramos dos dias em que míseros neutrófilos guarneciam o seu organismo. Lembram-se da Tropa de Elite? Isso simplesmente se deu no dia em que a Bel foi dar a entrevista que saiu no Globo Zona Sul para a campanha de doação de medula óssea no Botafogo Praia Shopping. Não tínhamos a mínima idéia e ficamos olhando um ao outro, com caras assustadas. Recebíamos o resultado após uma visita ao shopping para a matéria, e o início de uma tarde com a Bela febril, mas em nenhum momento mais do que 37,5°. Rodrigo quase enfarta. Malas são feitas correndo, pois a cartilha já diz: 38° corre para o hospital, interna e começa antibiótico venoso. Dorme-se de roupa pronta para sair, ou melhor, tenta-se dormir, tirando a temperatura da baixinha a cada hora. O organismo da baixinha reagiu de forma que não tivéssemos que voltar a um lugar que nos traz segurança, mas para o qual realmente gostaríamos apenas passar na porta e rever bons amigos que ali fizemos.

Isso fez com que as duas semanas fossem intensas, principalmente para a Bela, que teve que fazer exames de sangue a cada 2-3 dias, para vermos como suas defesas reagiam. Chegou um dia de manhã e perguntou se haveria “mosquitinho” novamente. Colaboremos com o inevitável... Foi mais uma virose daquelas que joga tudo para baixo e principalmente deixa a parte das defesas bacterianas completamente desguarnecidas. Tivemos nossa primeira experiência com uma medicação chamada Granulokine, que sabemos que é bem conhecida de diversas pessoas que fazem tratamento quimioterápico. Lembram-se que transfundíamos hemácias e plaquetas, mas na parte das defesas esperávamos a medula reagir? Dessa vez não poderíamos ficar com a Bela tanto tempo com pouquíssimas defesas e ela pela primeira vez, em 18 meses de tratamento fez o seu Granulokine. Mais “mosquitinhos”, além dos exames de sangue, que passamos a fazer em casa, pois as idas ao Lab’s D’Or do Copa D’Or estavam fazendo nossa baixinha sofrer no caminho, além da emergência lotada de pessoas com máscaras, um ambiente do qual temos que fugir a qualquer custo. Entraram de férias as duas com duas semanas de antecedência. Assim vamos driblando mais uma epidemia durante o tratamento, já se foram duas de dengue e agora a gripe suína. Haja coração!

Acreditamos que além do estímulo do Granulokine sua medula vinha se recuperando e pudemos voltar nessa última semana com a quimioterapia que ficou suspensa quase 10 dias, talvez o maior intervalo desde o início da Manutenção. Ainda não foi a carga plena, mas vamos tentando chegar na velocidade e esperamos que na tranqüilidade de dias passados.
Agora estamos com a Nana combalida, com os mesmos sintomas, tendo febre, que é raro na nossa moreninha. E vamos administrando a casa, para que o que chamamos aqui em casa de “roda” vírus saia de vez e possamos aproveitar um pouquinho das férias delas, que pelo jeito que as coisas estão, poderão ser férias bem mais longas, pois o preço da liberdade é a eterna vigilância. Pouco mudou.

Estamos agora nós dois na fase dos check-ups também, pois nunca estivemos tão doentes tantas vezes e por tanto tempo. Não podemos. Não só por nós, mas muito pela Bela, que ainda terá defesas parciais até o final da Manutenção. Creditamos ao ainda pouco sono, ao stress do tratamento e talvez ao relaxamento que essa fase possibilitou desarmarmos as nossas defesas e desmontarmos. Estamos nos recompondo, nos cuidando um pouco melhor agora.

Prometemos não ficarmos tanto tempo sem postar. Faz realmente bem à nossa alma! Desculpem-nos todos que ficaram sem respostas tanto tempo. Essa semana a gente coloca tudo em ordem, mesmo viajando de férias, se a Nana melhorar. Fiquem com Deus e muito obrigado por termos vocês conosco. Usando a nossa corrente do bem, se puderem avisar os amigos sobre as notícias que postamos, nós agradecemos. Beijos e abraços, Bel e Rodrigo.
PS 21/7: Como pedido, segue aqui a reportagem da Bel + Bela (+ Regina Lacerda, do HemoRio), para incentivar a campanha de doação de medula óssea que fizemos no Botafogo Praia Shopping nos dias 10 e 11 de julho.