Queridos Amigos do Copa D’Or,
Entramos no último mês de 2009 e logo estaremos iniciando o primeiro mês de 2010. Quando para muitas pessoas as datas dos seus aniversários e as das viradas de ano são marcantes, para nós o janeiro ficará registrado ainda por muito tempo, talvez para sempre. Há quase dois anos, em janeiro de 2008, precisamente no dia 21, entramos na emergência para exames de algo que não parecia bem com a nossa pequena Bela, na época com apenas um ano e dez meses. E não estava. Da emergência para um quarto, mais e mais exames, do quarto para procedimentos mais invasivos e horas depois no centro cirúrgico colocando o cateter, para o início da quimioterapia mais pesada e diversas transfusões. E assim foi. Por muito tempo, pouco saímos do hospital, com raras escapadas para casa, fazendo-nos freqüentar quase todos os quartos da pediatria do quinto andar, ora em internações mais urgentes, ora nos day-clinics diversos, em exames sem fim e as prolongadas sessões de quimioterapia, muitas delas internada por longos dias, fora as intercorrências do tratamento das quais não tivemos o privilégio de escapar.
Quando muitos querem se esquecer dos momentos que viveram nos hospitais, nós fazemos questão de lembrar sempre como fomos bem tratados e como nos sentimos bem no Copa D’Or. Certamente gostaríamos de não vivenciar novamente as experiências, mas não queremos esquecer o que vivemos, pois tudo sempre tem um lado positivo, que seja ao menos para nos elevar como seres humanos. E essa para nós é a maior tônica do Copa D’Or: a humanização na relação com os seus pacientes. Não nos esquecemos das pessoas que sempre trataram a nossa Bela muito bem: atenciosas, carinhosas, solícitas, humildes na verdadeira acepção da palavra, bons profissionais, mas seres humanos acima de tudo.
O ano de 2009 foi infinitamente mais tranqüilo do que o de 2008 para nós. Poucas idas ao hospital, algumas idas ao laboratório para exames, quando não dá com a agenda do nosso coletor domiciliar ao qual a Bela já está acostumada e com quem até hoje reclama com razão. Foram algumas idas para nos tranqüilizar de pequenos sustos, que graças a Deus, não passaram realmente de sustos. Entramos com ela recentemente na pediatria e ela pouco se recordava de tudo ali. Lembrava que havia uma árvore de Natal na recepção do hospital, dos bichinhos de pelúcia, da copa, e da cafeteria que comprávamos um bolo de chocolate para Nana, sua querida irmã, quando voltávamos para casa. Vocês nos ajudaram a fazê-la lembrar apenas do que foi bom. Da lembrança de um carinho verdadeiro, pois o mais importante vocês deixaram com ela, ao cuidar dela com o coração, de corpo, mas muito mais de alma, que faz a diferença em quem tem que trabalhar diariamente com a doença e principalmente com a cura.
A Bela ainda segue no tratamento. Ainda na fase de manutenção, que muitas vezes chamamos de “manu-tensão”, pois não se pode relaxar um minuto sequer. As defesas permanecem nos limites inferiores de uma medula que é diariamente abafada por quimioterápicos orais. Assim tem que ser. Os “Mosquitinhos” são quase que semanais e as consultas mensais. Vamos indo muito bem, com ela cada dia melhor, mais alegre e feliz. Esse ano foi o seu primeiro ano da escolinha, sempre com o nosso olho atento para as viroses e gripes, mas nada que atrapalhasse muito sua socialização e conquista de novos amigos. Muitos e queridos amigos passaram a alegrar o seu dia-a-dia e também o nosso.
Gostaríamos de deixar aqui mais uma vez o nosso muito obrigado, desejar a cada um de vocês que nos conhecem e os que não tivemos a oportunidade de conhecer, todo o nosso carinho, a nossa eterna gratidão e que o verdadeiro espírito de Natal esteja presente nos seus lares, nas suas famílias, com todos aqueles que lhes querem bem. Somos muito gratos a tudo o que fizeram por nós. Fiquem com Deus e tenham um Feliz Natal.
Com carinho, da Família Sertã Paixão Capistrano, da Bela
Isabel, Rodrigo, Mariana e Isabela